
(…)”A cobra, adormecida por eras, desperta em 2024. Seu sibilar ecoa pelas ruas desertas, um aviso sinistro de tempos sombrios. A humanidade, envolta em torpor, ignora o prenúncio, cega pela ilusão de segurança.”
(…)”O veneno da desinformação se espalha como uma praga, infectando mentes e corações. A verdade se torna um fantasma, intangível e ilusória. A realidade se fragmenta em mil versões, cada uma disputando a hegemonia da narrativa.”
(…)”A sociedade se polariza, dividida em facções irreconciliáveis. O diálogo se torna impossível, substituído por gritos e ofensas. A dança da polarização nos leva à beira do abismo, onde a razão cede lugar à fúria.”
(…)”A natureza, cansada do abuso humano, reage com fúria. Tempestades apocalípticas, secas devastadoras e pandemias implacáveis são apenas alguns dos sinais de sua ira. A Terra clama por mudança, mas seremos capazes de ouvi-la?”
Abrir a boca da cobra
Livro – Abrir a boca da cobra escrito por Sofia Mariutti
O novo livro de Sofia Mariutti cria um ambiente, ao mesmo tempo, de cuidado e de ameaça. É um bestiário em que diversas feras estão guardadas dentro de casa, tanto que são habitantes e se tornam indistintas das pessoas que lá vivem.
Por isso, é também um livro dos pesadelos em que o conforto rapidamente se transforma em risco. E as palavras têm sabor concreto e poder quase mágico, porque nomeiam um mundo para torná-lo menos inóspito, ainda que com isso o perigo acabe se tornando mais presente.
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Os poemas de Mariutti se entrelaçam, se confundem entre si, para compor este livro que é todo ele uma família. Mas o que é familiar se transforma também naquilo sobre o qual não se pode ter controle. Dinossauros e escorpiões, mães e filhas, o presente e o passado, tudo passa a ser regido por uma mesma lei, a da metamorfose.
No texto de orelha, Chantal Castelli pergunta se o pesadelo do infamiliar não remeteria a um processo em que formas brutais da morte retornam para envenenar as fantasias da intimidade e do cuidado.
Como resposta, cada verso de Mariutti, feito cobra que muda de pele, já sonha a sua próxima forma.
Conheça o Autor
Nasceu em São Paulo, em 1987. É poeta, tradutora e editora, com mestrado em língua e literatura alemã na Universidade de São Paulo (USP). Publicou o livro de poemas A orca no avião (Patuá, 2017) e o infantil Vamos desenhar palavras escritas? (Companhia das Letrinhas, 2023).
Detalhes do livro
Editora: Círculo de poemas; 1ª edição (10 janeiro 2024) Idioma: Português Capa comum: 72 páginas ISBN-10: 6584574539 ISBN-13: 978-6584574533 ASIN: B0CSHBZTKH Dimensões: 20 x 1 x 13.5 cm.
